segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Faz sol no meu jardim...

Janela aberta
Olhos despertos
A vida chegou
Descortinou-se
Reinventou-se

Faz sol no meu jardim...
Lindo assim
Só para nós
Quando o verão chegar!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Sobre Deus e outras coisas...

A fé das pessoas sempre me intrigou. Não a fé em si (palavra que define o acreditar em algo), mas o que elas fazem com esta fé, onde depositam sua energia, tempo e dedicação, e o resultado disso na vida delas.

Entre tantas espécies de igrejas que surgem e ressurgem a todo o instante, a Bola de Neve Church era a que mais me intrigava. O crescente número de surfistas, parapentistas, escaladores de montanhas, bailarinos, skatistas e toda a ramificação de “jovens que vivem a vida” a freqüentarem esta igreja martelavam na minha cabeça toda vez que eu passava em frente ao endereço: mas, afinal, o que ela tem que as outras não têm? E mais: seria esta uma igreja que finalmente conseguiu ver um Deus mais simples e menos distante de nós?

Lá fui eu para mais uma experiência “veja por vocês mesma e tire suas próprias conclusões” da minha vida. Domingo, culto cheio! O altar é uma prancha de surf??? “Opa, algo novo há de surgir por aqui”. A noite começa com show ao vivo e banda de rock. Deus aparece nas melodias de reggae, de rock, de uma balada suave. Todos – absolutamente todos – começam a dançar. E a dançar. E a dançar. Todo mundo dança mesmo! Em poucos minutos, dois ou três começam a entrar em transe. E mais um e mais um. Eu sempre achei para lá de esquisito esta história de entrar em transe, mas tudo bem, tô aqui mesmo, vou até o final.

Música e mais música, letras no telão, Jesus no telão, oração no telão. Depois de uma hora de show, é hora de todos sentarem. E o pastor fala de vida, de fé, lê trechos da Bíblia. E pede colaborações em dinheiro. Hora de colaborar...

Mais uma hora e meia de leituras, orações, interpretações da Bíblia a uma legião de jovens atenta. Pastores, cordeiros, irmão, pecado, céu, inferno, Deus, demônio, bem, mal e outras tantas palavras semelhantes a de qualquer outra igreja.

Devo confessar que saí de lá com uma pontinha de decepção. E certa de que o único diferencial da Bola de Neve Church é a linguagem própria para conversar com os jovens. A base do dogma, no entanto, não diferente de tantas outras.

Há algum tempo que reflito sobre o quê e por onde acreditar e evoluir. Ainda não encontrei até hoje uma igreja, filosofia ou linha de pensamento na qual me identificasse totalmente. Desconfio que seja pelo fato de 99% delas não admitir um outro olhar que não aquele que elas pregam. Intolerância de idéias?

Há muitas formas de buscar Deus ou seja lá que nome tiver o que as pessoas buscam. Uma amiga querida acaba de redescobrir a Gnose, uma linha de auto-observação e evolução interior bem bacana. Tem uma espécie de “manual” de três fatores em busca do silêncio, da liberdade e da felicidade interior. Ela está feliz! E eu estou feliz que ela encontrou o caminho que considera certo.

Infelizmente eu não acredito em manuais, nem em linhas fixas de buscar isso ou aquilo. Quanto mais eu caminho, mais estou certa de que Deus não está fora. Ele está aqui dentro. Não precisamos procurá-lo nas igrejas, nem em dízimos, nem nas culpas, nem nos pastores. Evolução é se auto-avaliar o tempo todo, é buscar o próprio manual, os próprios passos e a própria “igreja”, que pode ser em casa, no quarto, no carro ou tomando banho. De formas diferentes, para pessoas diferentes.

O equilíbrio é a base para a fecilidade e não o radicalismo. Não me façam acreditar que já nascemos pecadores. E que precisamos ir a igreja para conversar com Deus. Eu quero sempre o novo, de acordo com cada momento da vida. E o melhor de cada caminho. De preferência, sem culpas.

sábado, 12 de abril de 2008

Coisas que só acontecem com Luciana Zonta

Você já teve a sensação de que algumas coisas só acontecem com você? Pois eu tenho esta sensação SEMPRE, especialmente em dias como quinta-feira passada (10 de abril). Lá estava eu, naquela tórrida tarde de sol rachante de Itajaí, buscando o pagamento de mais um freela esperto que eu fiz no mês passado.

O contratante, para quem eu escrevo quase mensalmente, pagou em notas de 100, 50 e 10 reais. Saí da editora, feliz da vida com meu bolinho de garoupas e onças pintadas, quando, ao me direcionar à vaga do Knut (o nome fofo do nosso Fox branco), o bolo de dinheiro pulou da minha mão e se espalhou pela calçada.

- Ok, ok, calma lá pedrestes aproveitadores de situações como essa que eu vou juntar tudinho. Não se movam.

Como azar pouco é bobagem, enquanto eu juntava a grana, bateu um ventinho suave, uma brisa reconfortante vinda da foz do Rio Itajaí-Açu que ajudou a espalhar o dinheiro e a enfiar três notas (uma de 100, outra de 50 e outra de 10) em um bueiro posicionado bem ao lado do carro. Lá embaixo, era possível ver os meus 160 reais inatingíveis (minha mão não passava pelo buraco estreito do bueiro) sorrindo para mim. Uma cena digna de Mr. Been!

Olhei para os dois lados e me certifiquei que ninguém havia presenciado o mico financeiro. Na minha esquerda, um grupinho de pedreiros e pintores davam o acabamento final a uma sala comercial da Rua Lauro Müller. Uma lâmpada surgiu sobre minha cabeça: idéia!

- Meninos, pelo amor de Deus, só vocês podem me ajudar!

Todos pararam o que faziam e me olharam com um ar de surpresa e desconfiança. E de descrédito também.

- Caíram três notas de dinheiro naquele bueiro. Quem conseguir resgatar para mim leva a de R$ 10!!!

Imediatamente, o grupo largou pincéis e lixas e pularam ao lado do bueiro, já pensando em uma forma de tirar a minha grana (e agora deles também) do buraco. Imediatamente, o filhinho do mestre de obras - que devia ter entre seis e sete anos de idade - saiu lá da sala gritando "É minha, é minha!". Em seguida, deitou-se na calçada, enfiou sua mãozinha pequena e magrinha entre os filetes estreitos do bueiro e salvou as três notas. Devolveu-me a de 100 e a de 50 e comemorou a nota de 10 reais que acabara de ganhar.

Os marmanjos murcharam. E eu voltei a sorrir, feliz e contente. "Morri só com 10 reais e não com 160", logo pensei.

Embarquei no carro e, quando eu já dava sinal para entrar na rua, um dos pintores bateu na janela e disse. "Moça, moça, quando vier aqui novamente e perder o dinheiro no bueiro, pode chamar a gente de novo, tá?".

Eu dei risada. E agradeci a disposição do moço. Definitivamente, coisas que só acontecem comigo...

P.S: E o que você aprendeu com isso, criança feliz??? A nunca mais sair com dinheiro na mão, só na bolsa. Dããããã.

domingo, 23 de março de 2008

Sempre Mário Quintana

"O tempo é indivisível. Dize,
Qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas e fica a árvore,
Contra o vento incerto e vário.

A vida é indivisível. Mesmo
A que se julga mais dispersa
E pertence a um eterno diálogo
A mais inconsqüente conversa

Todos os poemas são um mesmo poema
Todos os porres são os mesmos porres
Não é de uma vez que se morre...
Todas as horas são horas extremas!"

Porque hoje é sergunda...


E só porque hoje é segunda-feira e o dia dele... Eu posso dizer tantas coisas, tantas pequenas coisas que fazem dele o que ele é. Seu jeito simples de dizer quase tudo, de falar pelos olhos e bem melhor do que com palavras. Pelo jeito como me olha de manhã cedo, quando ainda durmo. Por seu rosto concentrado (e engraçado) quando assiste desenho animado na TV.

E porque hoje é segunda e porque ele é tão diferente de mim e justamente por ser tão diferente me fazer tão igual. Por eu tê-lo escolhido entre tantas pessoas com quem eu poderia ser feliz na vida. E porque é ele. Por ser doce, por ser negro, por ser quieto, por ter um abraço forte, por dormir em um quarto cheio de girafas de pelúcia, por ter a paz das manhãs de sábado... E porque hoje é segunda e o dia dele, eu poderia dizer tantas coisas...

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Chega de calor, pelamordedeus!


Eu tenho inveja de quem está próximos aos pólos. De alguém que, neste exato momento, esteja passeando pelas ruas ou sentado na varanda de algum café norueguês a uma temperatura próxima de zero grau. De alguém que certamente não estará suando assim que sai do chuveiro e nem fica cansado e fedido ao final do dia por causa do calor insuportável que faz no verão tropical.

Eu quero INVERNO djá!

Quando falo isso em público, em inocentes reuniões familiares ou entre amigos, a maioria das pessoas me olha com ar de hospício. Mas repito para quem não acreditar: quero inverno (com muito frio) 11 meses por ano!!!

Já não gosto mais tanto de praia assim. Também não curto mais ficar torrando minha pele branca e sem melanina ao buraco negro da câmada de ozônio. O que ainda gosto no verão é mergulhar, mas nada que um neoprene não resolva na água gelada de julho...

No inverno a gente dorme melhor, trabalha melhor, tem mais vontade de se movimentar. No inverno é muito mais gostoso reunir os amigos em volta de uma panela de fondue, tomar vinho tinto até de madrugada, caminhar com o vento gelado no rosto (deliiiiicia!!!). O mar fica azul, tranquilo, lindo. Os fins de tarde ficam alaranjados, rosas, anis. Tudo junto, ao mesmo tempo, agora!

Ahhhhhh, Papai do Céu, faça o inverno chegar logo, por favor! Já quero frio na Páscoa, tá me ouvindo? Quero aquele ar gostoso de outono que anuncia o vento austral mostrando sua força. Aliás, este post vai com esta foto LINDA de um iceberg na Antártica tirada pelo meu grande amigo Jaime Bórquez para a gente se refrescar um pouquinho só de olhar para a imagem.

Paisagem infinitamente mais linda do que uma praia abarrotada de gente suada disputando espaço na areia para esticar a toalha de praia. Alguém discorda???

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Voar, voar...


A gente se sente assim, tão livre...

(* No morro do Careca, voem com o Xixi, da Pégasus Vôo Livre)

A primeira de 2008

O ano começou assim, como dizer... um furação! Depois de um acidente um tanto quanto assustador na estrada, voltando do RS, em que o carro virou um compensado de ferro velho, a vida muda um pouco de tempero. E, é claro, para melhor. Depois de um rápido princípio de síndrome do pânico, passei a enxergar tudo com outro olhar, outro sabor.

Dias de sol são belos. Dias de chuva também. Tomar banho de mar é ainda mais divino. Abraçar quem amamos, guardar dinheiro para realizar nossos pequenos e grandes sonhos, planejar viagens, acordar todos os dias feliz, feliz. Quando a gente quase perde a vida, tudo faz mais sentido.

Por isso, 2008 entrou arrastando vento. Veio para dizer que vida vai transbordar, que vão nascer flores raras nos cactus, que a neve vai cobrir tudo de branco, linda como algodão...

Nada mais segura estas energias que se formaram só para esperar 2008. Este texto é dedicado a tudo aquilo que eu já amo. E o que eu ainda vier a amar nesta vida!