quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Um ano de Antártica!


Um ano! Ontem, fez um ano que meu cabeção embarcava para a Antártica. Para ser mais exata, 365 dias atrás eu estava naquela fila do Aeroporto de Guarulhos só imaginando, tendo uma vaga noção do que eu iria encontrar pela frente, de tudo o que eu iria vivenciar e sentir naqueles quase 20 dias rumo ao lugar mais inóspito do mundo. Mas era, de fato, apenas uma vaga noção...
A Antártica foi, literalmente, o divisor de águas de muitas coisas. Mudou o meu conceito sobre as pessoas, sobre a natureza, problemas, felicidade, distâncias, pessoas... Mas mudou, principalmente, o conceito sobre mim mesma. Na Antártica eu me enxerguei! Pelo menos um pouquinho mais do que eu me enxergava antes. E em função deste um ano de distância daquele tempo, eu estava saudosa...

Eu acredito muito em sinais. E a vida, sábia como ela só, me mandou seus sinais. Ontem, justamente quando completava um ano, eu e Pat Lima (na foto) fomos andar de vagonetas (empurradas pelo vento) no molhe da barra da Praia do Cassino, aqui em Rio Grande (RS), onde estou cobrindo um congresso de oceanografia. Quando chegamos na ponta do molhe, justamente no encontro da Lagoa dos Patos com o Oceano Atlântico, avistamos nada mais, nada menos, do que uma baleia franca, dois golfinhos e vários leões marinhos AO MESMO TEMPO, relativamente próximos um do outro. Parecia a própria Antártica, nos brindando com sua exuberância.

Ficamos ali paradas alguns minutos, olhando para os mamíferos marinhos e agradecendo por aquele momento, tão simples e ao mesmo tempo tão especial. A Pat tem razão, a maior praia do mundo é mesmo surpreendente...

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A força da natureza...


Tierra del Fuego



"Pára tudo, pára esse carro já! Olha, olha, olha.. Olha que noite estrelada mais linda!"

Se eu tivesse que dar um conselho, um só conselho para a humanidade, diria hoje: não morra sem ver o céu da Patagônia. E não só sem ver o céu, mas beijar a neve, olhar para o nada e enxergar quase tudo.

A Tierra del Fuego e suas estâncias, o beijo gelado do vento, o fogão a lenha, o vinho tinto, canções dos Beatles... Em outra encarnação, eu só posso ter sido um Milodón. Não tem outra explicação para eu me sentir tão EU no frio, por amar a vida e todos os seres que há nela tão profundamente aqui. O Sul do Sul do Sul do mundo traz toda a essência, a eterna busca por aconchego, o dia, a noite, saudades do que ainda não fomos...

Se eu tivesse que dar um só conselho para a humanidade, diria: não vá embora sem admirar este céu. Aqui tudo se explica, aqui tudo começa...

domingo, 16 de setembro de 2007

Determinação e algo mais

Deu no Fantástico agora pouco: as duas profissões mais saturadas hoje no Brasil são Direito e Jornalismo. Não posso falar pelos advogados, mas discordo completamente da segunda opção. Há campo sim e cada vez mais para os jornalistas. É claro que se o recém-formado deslumbrado achar que o topo do mundo se situa na RBS, provavelmente ele ou ela corre sérios riscos de ser mais um desempregado deste país sem qualificação. Agora, se indivíduo tiver um mínimo de noção, descobrirá muitas e muitas e muitas coisas para fazer.

Primeiro: tá assim de empresas e instituições querendo se comunicar cada vez mais e melhor com seu público externo e interno. Tá assim de novas mídias, internet e outros formas de interatividade e comunicação. E também tá assim de gente ruim no mercado... Ruim sim, que não sabe e não se esforça para escrever bem, que não lê, que não se informa, que é cheeeeeeio de preconceitos de todas as espécies e que acha que jornalista tem que ser APENAS repórter ou editor de algum jornal, TV ou rádio.

Tomara que a Joana e outros futuros jornalistas estejam lendo este texto, porque é preciso coragem, determinação, leitura, mente aberta e liberdade para ser um bom profissional. Por que é que tanta gente não formada atua como jornalista? O mercado está saturado? Se estivesse, este pessoal não teria vez, certo? Errado. Não entrando no mérito polêmico da questão, este profissional geralmente atua porque tem bom texto, lê muito, tem bom português e vai à luta. Ítens que faltam a muitos profissionais formados.

Com raríssimas exceções, quem muito reclama carece de determinação e garra para ir em busca. E tem muita gente recém-formada querendo uma vaga de apresentador do Fantástico. Para depois dizer por aí que Jornalismo está saturado. O mundo pertence a quem dele dê valor...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Quarta

pela janela do carro
a estrada passa sem fim.
os pensamentos passam sem fim...
assim, assim
melhor ficar parada, às vezes, sem fim.

a estrada passa...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Você tem medo do quê?


Domingo, fomos no Morro do Careca ver esta gente bronzeada mostrar seu valor e voar de parapente. Eu já voei com o Xixi, em vôo duplo, há mais de 10 anos. Que sensação livre a de voar, vento batendo no rosto, o mar lá embaixo, o céu azulzinho ao fundo...

Enquanto os corajosos contemplavam a natureza flutuando, os comentários vazavam no topo do morro : "Nossa, eu não vou nisso nem morta", ou então "Eu não deixo o Pedrinho ir nisso nunca". Enquanto isso, duas meninas faziam um vôo triplo com um instrutor de parapente. E se divertiam, dando risadas como esboços claros de felicidade. Eu achei aquilo o máximo. Ou melhor, achei os pais das crianças o máximo. Que coisa linda, permitir que os filhos experimentem sensações diferentes, estimulá-los a vencerem seus medos e instintos ao invés de impor limites na alma.

Vocês já perceberam na quantidade de adultos medrosos que há no mercado? Medo de andar de avião, medo de andar de barco, de perder o emprego, de ficar sozinho, medo do escuro, da noite, do dia, de comer leite com manga... Medo também de mandar para as cucuias o seu bem sucedido emprego no Banco do Brasil para abrir uma lojinha de artesanatos açorianos no Ribeirão da Ilha. E ser feliz! Ser feliz é para hoje, não é para amanhã e nem para quando eu me aposentar.

Quando eu tiver filhos, vou tentar fazer com que vençam seus medos das mais variadas formas. Para que sejam seres humanos seguros e plenos, de olhos e peito abertos para a vida. Se quiserem, vão tomar banho de chuva, vão andar descalços, vão fazer trilha no mato, pisar na roseta, chorar de dor, criar anticorpos, saltar de parapente...Vão se permitir! Sempre que puderem e quiserem.

E você, tem medo do quê?

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A criação

Tá, depois de muitos ensaios, decidi criar um blog. Não sei exatamente para que isso serve, talvez para suprir insanidades da alma. É como brincar de diário com a grande diferença que, aqui, não podemos dizer tudo, tudinho. Exemplo: nem sempre vou poder dar nomes aos bois, afinal internet é mais do que pública. Mas quase sempre posso dizer que o se passa aqui dentro (e aqui fora também). Pode ser que ninguém me leia. Não criei este blog com a pretensão de ser muito lida. Talvez só um pouco lida. Ou lida pelos que interessam. Enfim, o blog tá aí. Parabéns para você que já leu tudo isso até aqui! :-)

Pequenas felicidades

Pequenas felicidades diárias. Sim, eu acredito nelas. Que ninguém me venha falar em ser feliz a vida inteira, 24 horas por dia. Decididamente, isto não existe. E se existisse iria ser extremamente irritante. Sabe aquelas pessoas simpatisííííssimas all the time, que dá vontade de dar uma porrada na cara para ver se desmancha aquele sorriso artificial? Então...

Não me façam acreditar em felicidade plena e irrestrita. Acredito sim em pequenos grandes momentos. Todos os dias, antes de dormir, tento descobrir qual foi o grande momento do dia, o melhor de todos. Claro, nem sempre há graaaaandes momentos surpreendentes, mas em todos os dias há um, unzinho pelo menos, que consigo classificar como feliz, ou surpreendente, ou romântico, ou sensível. E este momento pode ser muita coisa.

Hoje, eu tive alguns pequenos grandes momentos. Ter caminhado pela calçada de pedra de Santo Antônio de Lisboa foi uma. Sentir o vento Sul de Florianópolixxx bater no rosto, outra. Conversar com estranhos, experimentar minha máquina nova, fazer carinho, ver o sol, sempre ele, o sol. Tantas coisas, tão simples, tão felizes.